Leia aqui mais um artigo sobre a promoção do empreendedorismo nas instituições de ensino superior politécnicas publicado no jornal Vida Económica, assinado por Jorge Humberto Sampaio, responsável pelo Gabinete de Promoção de Empreendedorismo da Escola Superior de Tecnologia/Incubadora de Gestão de Negócios no Instituto Politécnico de Bragança. 

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Jorge Humberto Sampaio, do Gabinete de Promoção de Empreendedorismo da Escola Superior de Tecnologia/Incubadora de Gestão de Negócios do Instituto Politécnico de Bragança

Nos dias que correm existem inúmeros eventos de promoção do empreendedorismo. Não só porque tanto as Instituições de Ensino Superior, privadas e públicas, como outro tipo de instituições que têm o empreendedorismo como temática de trabalho o fazem, mas também porque a proliferação de projetos cofinanciados que estão a ser implementados o implicam.

Desde sempre que a avaliação do impacto deste tipo de eventos para promover o empreendedorismo têm sido factor de análise e reflexão por quem os organiza. Em particular pela necessidade de gestão de despesas e esforços que a sua realização implica versus a atratividade real dos seus participantes para o tema. Esta situação é ainda mais necessária de analisar quando, em termos de IES, isso implica a adesão dos estudantes a oficinas e workshops de aprendizagem e desenvolvimento de trabalho que se poderá converter ou não em criação de empresas.

A avaliação do impacto da promoção do empreendedorismo em termos do Ensino Superior tem sido muito centrada na análise da criação de empresas e registos de patentes ou lançamento de novos produtos e/ou serviços e pouco no desenvolvimento do “mind set” empreendedor. E se atualmente já se começa a sentir uma mudança e um correto direcionamento dessa avaliação, ainda não se ponderou o suficiente sobre o impacto que a organização de eventos mais numa perspetiva abrangente tem a respeito de criação de novas experiências e partilha de ideias.

Podemos recordar alguns eventos, badalados pelos seus convidados, por serem indivíduos de grande protagonismo no âmbito do empreendedorismo, que tiveram grande adesão de público nas nossas IES. Fossem eles grandes empresários ou grandes empreendedores, o certo, é que após o impacto imediato do evento que, recordo, chegou a “mudar a minha vida”, como alguns alunos dizem, não conseguimos, por si só, levar esses alunos ou outros a aderirem e participarem nas ações de aprendizagem e desenvolvimento de planos de negócio ou criação de empresas.

O processo integrado e continuo de partilha de conhecimento, de experiências, de testemunhos, é mais eficaz, no meio académico, por via dos professores que, por sua vez, comunicam mais diretamente com os alunos, nas suas aulas, no seu trabalho, e passam a palavra escutada, com entusiasmo e energia. Aí os estudantes parecem assimilar melhor a mensagem no sentido que a associam com os conhecimentos e experiência de aprendizagem e parece ser mais eficaz a alteração do seu comportamento.

Isto não quer dizer que muitos não desistam pelo caminho e não cheguem a terminar o desenvolvimento dos planos de negócio ou de ideias inovadoras, mas percecionam melhor a mensagem que resulta numa visão e comportamento diferenciado do inicial.

É neste sentido que o Projeto PIN – Poli Entrepreneurship Innovation Network, e já o seu projeto de origem Poliempreende o fazia, desenvolve eventos de partilha de conhecimento e experiências destinados a docentes. Pretende-se com eles, capacitar e promover a discussão do ensino e da motivação do empreendedorismo, proporcionando-lhes contacto direto com outros casos de sucesso que poderão implementar nas suas IES, no seu trabalho.

O congresso Internacional do PIN, dia 15 de junho no IP Leiria (http://sites.ipleiria.pt/pin-congress/), vai, pois, trazer oradores estrangeiros e nacionais que irão proporcionar essa discussão de ideias, essa reflexão de experiências tão necessárias para o desenvolvimento de novas capacidades de ensino, de motivação, de acompanhamento dos empreendedores portugueses.