O jornal Vida Económica iniciou hoje a publicação de uma série de artigos sobre a promoção do empreendedorismo nas instituições de ensino superior politécnicas, dando a conhecer ao público as iniciativas realizadas pelos politécnicos e os projetos desenvolvidos neste domínio.
Esta rubrica da Vida Económica começa com um artigo assinado pelo Prof. Nuno Mangas, Presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), que destaca a importância estratégica do projeto PIN – Poli Entrepreneurship Innovation Network enquanto veículo de uma metodologia inovadora de promoção das competências empreendedoras em toda a rede do ensino superior politécnico.
Para quem não tiver oportunidade de comprar a edição em papel do jornal Vida Económica, reproduzimos aqui na íntegra o conteúdo do artigo assinado pelo Prof. Nuno Mangas.
O Empreendedorismo na Rede do Ensino Superior Politécnico

A rede do Ensino Superior Politécnico tem, de há alguns anos a esta parte, implementado diversas iniciativas no âmbito da promoção do espírito empreendedor e do empreendedorismo, o que constitui uma forma agregadora de cooperação entre as instituições de ensino superior politécnicas.
Estas iniciativas estão alinhadas com a estratégia governamental de promoção do espírito empreendedor e do empreendedorismo, assentando em três eixos de intervenção: i) melhoria das competências dos empreendedores, em particular dos estudantes, mediante qualificação e treino; ii) valorização dos recursos humanos (de forma transversal à comunidade académica de cada instituição); e iii) desenvolvimento de redes de suporte aos empreendedores que criem condições de apoio nos primeiros anos de vida dos seus projetos.
Esse trabalho tem-se demonstrado estruturante no suporte ao empreendedorismo, inovação, criação de novas empresas e geração de propriedade industrial, bem como no posicionamento educativo das instituições que a integram. Constitui ainda uma forma de inovar em metodologias e tecnologias de promoção do empreendedorismo, motivando, facilitando a aquisição de competências e dinamizando deste modo o ecossistema do empreendedorismo em termos nacionais e mesmo internacionais.
A importância destas iniciativas para a rede de Ensino Superior Politécnico revela-se ainda a outros níveis.
Do ponto de vista estratégico, a maioria das instituições da rede considera a área do empreendedorismo como estratégica, constando nas suas linhas estratégicas/planos estratégicos. A atuação em rede constitui uma fonte de partilha de experiências, boas práticas e iniciativas, e de aprendizagem entre parceiros, ajudando a melhorar as suas estruturas internas de apoio na transmissão de competências. Revela-se ainda uma forma de potenciar sinergias entre as diversas instituições, minimizando as assimetrias de capacidade institucional que possam existir na implementação de diversas atividades relacionadas com o empreendedorismo. São fortalecidas as relações de trabalho e é dotada a rede politécnica de ferramentas que lhe permitem uma maior eficácia e abrangência no sistema de apoio a empreendedores.
Do ponto de vista regional e nacional, o reconhecimento da importância da atuação da rede de Ensino Superior Politécnico na área do empreendedorismo tem sido reconhecida por organizações governamentais e empresariais que sempre apoiaram as diversas ações desenvolvidas. É de salientar o envolvimento de entidades do tecido empresarial, diretamente ou através das suas associações, numa vertente regional e nacional. Dada a cobertura territorial que resulta da rede, é potenciada a cooperação institucional e empresarial entre regiões, pela interação entre empreendedores das diversas instituições politécnicas, sob o mesmo enquadramento metodológico.
Um dos exemplos que traduzem estas dinâmicas colaborativas é o projeto PIN – Poli Entrepreneurship Innovation Network, considerado como chave pelo Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP). Há 14 anos que os Politécnicos de todo o país vêm promovendo o empreendedorismo através de uma metodologia de ensino única, inovadora e diferenciada, desenvolvida no âmbito do programa Poliempreende. Além de desenvolver na academia o espírito empreendedor dos envolvidos, que ascendem ao momento a cerca de 110.000 estudantes, dotando-os de ferramentas que lhes serão fundamentais nas suas carreiras profissionais, esta metodologia apoia a criação efetiva de projetos de vocação empresarial, desde a fase inicial de estímulo da criatividade e inovação, ao desenvolvimento da ideia, à planificação e à criação do próprio negócio.
Esta mesma metodologia foi objeto de reconhecimento internacional em 2013, ano em que recebeu o Prémio Europeu de Promoção Empresarial na categoria de Investimento nas Competências Empreendedoras.
Não conheço nenhuma rede institucional que trabalhe há tantos anos como nós, em prol de um projeto comum, desempenhando um papel diferenciador do ensino politécnico.
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